domingo, 22 de janeiro de 2012

Caso Real...

Professora com cancro ganha luta

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé condenou, no dia 5, a Caixa Geral de Aposentações a aposentar, por inteiro, a professora Maria Manuela Jácome, residente em Faro.
Com esta decisão, terminou uma longa batalha que a docente, doente oncológica, travou com aquele organismo durante vários anos. Várias juntas médicas recusaram a aposentação da docente, que foi perdendo, com o avançar da doença, um quarto do estômago, a vesícula, o baço, o duodeno e parte do intestino.
"A minha mulher efectuou três operações em 2001, quando lhe foi detectado um cancro no pâncreas. Decidiu pedir a aposentação, quando constatou que não conseguia desempenhar a sua profissão, mas que sempre lhe foi recusada", disse ao CM, Helder Jácome, marido da docente, que só espera pela tramitação em julgado desta sentença para avançar com um pedido de indemnização, ao Estado, por danos morais e patrimoniais.
"Foram anos de sofrimento e muito dinheiro gasto com pedidos de pareceres médicos que não tiveram dúvidas em dar-nos razão", afirma Helder Jácome.

Estas noticias deixam-me particularmente contente...pois nos tempos das outras senhoras muitas foram as polémicas que surgiram em torno de colegas com doenças graves de saúde, onde mais do que lutarem pela vida tiveram que lutar contra a intolerância/incompreensão e a injustiça de serem forçados a trabalhar com cancros avançados, tratamentos custosos e sem forças físicas quanto mais psíquicas...
No meu primeiro ano de trabalho conheci o meu primeiro colega de escola que me recebeu com a sua simplicidade e um sorriso rasgado dizendo "Bem vindo colega!"...durante a nossa convivência naquele ano letivo, um dia, na nossa pausa após almoço e café, sentados no banco do recreio da escola aguardando pelos minutos que faltavam para o retorno das aulas da tarde, ele disse-me:
" - Nunca te vais esquecer dos teu primeiro ano...dos teus primeiros colegas...vais ser um excelente professor..."
O ano letivo acabou, no ano seguinte fui para outro agrupamento longe...ainda tomamos café uns três fins de semana...até que dois anos depois me ligam e dizem...
"Foi-lhe detetado um cancro no estômago...foi fulminante, mal começou os tratamentos...seis meses...o nosso colega foi-se...nem baixa lhe deram para ele ir fazer os tratamentos..."
Foi um golpe duro, senti-me revoltado...naquela altura ele foi mais um dos muitos casos de colegas que apareceram nos media...
Por Ele e por todos os que tiveram que passar por isso, tendo que com muito esforço ir trabalhar sabe Deus como...é bom saber que ainda há justiça... Prof-Admin

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