"Estatuto do Aluno vai ser revisto para reforçar autoridade dos professores. " (por Lusa)
O Estatuto do Aluno vai ser revisto e prevê o reforço da autoridade dos professores, revelou o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar.
Será que é desta que criam um
estatuto do aluno que promova a qualidade de ensino?
No meu tempo sabia transitava, se
não sabia reprovava mas, hoje em dia, qualquer coisa infimamente depreciativa
que se diga sobre os alunos é um vitupério, punido com pena de desemprego e
perseguição ao professor.
Fomos do oito para o oitenta, não
digo que voltemos aos primórdios da exigência e extremismo do professor de
outrora com a “menina dos cinco olhos” ou a palmatória. Contudo, a falta de
respeito que predomina nos dias de hoje ao professor é inaceitável.
Todos os actos dos professores são
constantemente postos em causa desde: o tirarmos o intervalo aos meninos;
obriga-los a comer comida da escola (sopa) em vez de gastarem a semana em gomas
e afins; mandar-mos calar porque estão a dizer parvoeiras, a destabilizar em
vez de estarem atentos; porque marcamos trabalhos de casa; porque agrediram um
colega e estão a ser chamados a atenção e ainda reviram os olhos; porque “o meu
pai/mãe diz que o/a prof não sabe nada e que quem manda é ele/ela” (uma frase que
já ouvi); e/ou a famigerada frase não me pode obrigar a fazer e se me toca
acuso-o; etc...
Enfim, nos dias de hoje a profissão de
professor é o mesmo que dizer ser um grandessíssimo carrasco “traumatizador” de
criancinhas cujo síndrome é caracterizado por possuir uma habilidade cognitiva alta
de maldade, esquivando-se das suas obrigações (se tira más notas a culpa é dos
professores, esquecendo o pormenor que o professor explicou, repetiu e o aluno estava-se
borrifando), assim como, um distúrbio genético causado pela protecção parental
extra total (os filhos são sempre santos). Potencial causador de um trauma crónico
e incurável na dita cuja criancinha.
Ensino para ser de qualidade tem que
haver: respeito mútuo; profissionalismo por parte do docente a dar o exemplo; grau
elevado de exigência para ambos, tanto para a forma como o professor desempenha
suas funções, tanto para a dedicação empenhada pelo aluno; nada de facilitismo;
entre tantas coisas que por norma incumbo na minha doutrina profissional.
“Para se ser respeitado, tem que se
saber respeitar.”
Ensino de qualidade dá trabalho,
quer para o professor, quer para o aluno, é verdade, mas eu prefiro que os
seres adultos do amanhã sejam responsáveis, com carácter e princípios de
cidadania construtivos, que esta geração (generalizando claro) vir um dia a ser
os “professores” dos meus filhos.