quarta-feira, 14 de março de 2012

Reitores querem subida nas propinas para apoiar alunos


O Conselho de Reitores propõe às universidades que cobrem mais de 30 euros por ano para criar fundo de apoio a alunos carenciados. A recomendação deverá ser acatada pela maioria das universidades. Sim, leram bem...aumento de propinas...aquando da nossa realidade em que sabemos bem as dificuldades dos alunos em pagar as propinas actualmente, em que alunos desistem de estudar por carência económica, em que baixar as propinas tem sido o desejo de muitos para seguirem com as suas aspirações...eis que resolvem aumentar as propinas...para um fundo que não se sabe se será bem assim...

Se as propinas já são tão elevadas que raio fazem ao dinheiro? Pois eu desde que as frequento muito sinceramente não vejo grande aplicabilidade do dinheiro e um aluno paga milhares imaginam milhares de alunos a pagar o mesmo...não me parece a solução mais viável...se dissessem que iriam retirar 30 euros do valor da propina para o fundo e não aumentar seria mais dignificante.
As propinas aumentam 30 euros para financiar fundo de apoio a estudantes em dificuldades.
O Conselho de Reitores aprovou ontem uma recomendação para ser adotada no próximo ano letivo. Alguns reitores contactados admitem acolher proposta, mas a decisão é dos conselhos gerais das universidades, revela o Público.

Sindicato lamenta tratamento injusto a professores


O Sindicato dos Professores das Comunidades Lusiadas (SPCL) considerou hoje "incorreta e injusta" a forma como o Governo está a tratar 33 dos 49 docentes que foram dispensados no final do ano no estrangeiro. (in DN).

"Os 33 professores em França, Suíça e Espanha que viram terminada a sua comissão de serviço a partir de 31 de dezembro de 2011, ficando por isso no desemprego, acabam de sofrer mais uma forte desilusão", refere, em comunicado, Teresa Soares, do SPCL.
A sindicalista lembrou que os 33 professores, que não tinham vínculo com nenhuma escola em Portugal, receberam em finais de dezembro uma comunicação da presidente do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua na qual se comprometia a "tentar encontrar um compromisso" que permitisse a estes docentes permanecerem nos países onde estavam, recebendo através dos consulados o subsídio de desemprego.
Adiantou que "muitos professores" confiaram "numa solução que minimizasse as consequências trágicas de uma comissão de serviço terminada apenas após quatro meses de atividades letivas" e permaneceram no estrangeiro.
"Muito lamentavelmente, os professores viram agora essas esperanças defraudadas, pois a tão ansiada resposta acaba agora de surgir, cerca de 15 dias antes do término do prazo de apresentação nos centros de emprego, sob a forma de mera informação destinada aos trabalhadores migrantes desempregados", refere o comunicado.

O mais engraçado foi à pouco tempo ter sido noticiado, até coloquei aqui um post, que os professores do ensino de Português no Estrangeiro não seriam prejudicados e que estavam assegurados...nota-se isso mesmo!

"A Paz dos Anestesiados..."

Esta é uma crónica de Santana Castilho...depois de a ler achei digna de se partilhar...achei-a fenomenal...aqui fica o texto (retirado daqui)

«À paz dos cemitérios que reina na Educação serve bem a paz dos anestesiados que domina os professores. Dois acontecimentos permitem glosar o tema e extrapolá-lo para a situação do país. Refiro-me à alteração do normativo que regula o concurso dos professores e à situação da Parque Escolar. Comecemos pelo primeiro caso. Nuno Crato exultou com o acordo a que chegou com seis sindicatos. Os sindicalistas orgulharam-se com as alterações que conseguiram entre a primeira proposta do ministério e o texto final. De comum têm serem parceiros de uma comédia de disfarces e de um jogo de ilusões. Ouvi-los reconduz-nos às longas noites eleitorais, em que todos ganham. Crato não resolveu um único problema dos que se arrastam há décadas. Dirigentes de sindicatos, onde há mais chefes que índios, esqueceram-se que o exercício não era comparar a primeira proposta do ministério com o texto final. Seria comparar a lei vigente com a que vai ser aprovada. Se o tivessem feito, não assinariam. Pela simples razão que, salvo um ou outro detalhe menor, os professores perdem em todos os pontos do acordo. Particularizo com os dois exemplos mais relevantes, que uma análise total não cabe no espaço exíguo desta crónica:

1. Há 37 anos que não se resolve o óbvio: a qualidade do desempenho dos professores depende, antes de mais, da existência em cada escola de um corpo docente estável. Já houve tempo em que esse desiderato custava dinheiro. Hoje conseguia-se a custo zero. É inaceitável que Crato chame justo a um diploma donde está ausente qualquer sinal de vinculação de docentes. É incompreensível que alguns sindicatos cantem vitória perante um acordo que aumenta a precariedade dos seus filiados, por poucos que sejam. Se os contabilistas de serviço quiserem que prove o que afirmo, é só escolherem o local, dia e hora.

2. É imoral que o ministro fale de equidade ao permitir que docentes do ensino privado concorram na primeira prioridade. O que fez foi beneficiar os empresários dos colégios privados, a braços com a retracção de alunos. O reajustamento no ensino privado será feito à custa dos professores contratados do ensino público: enquanto os colégios privados se vêem livres dos excedentes com mais tempo de serviço e por isso mais caros, milhares de docentes contratados do ensino público serão para sempre ultrapassados pelos colegas do privado. Equidade seria integrar nos quadros os docentes do público, precários há anos, como, aliás, PSD e CDS defendiam quando eram oposição e como acontece no ensino privado, por imposição do Estado.
O diploma em apreço é uma confusa teia de mais de 50 artigos, com que concordam burocratas deslumbrados. O que os separa da naftalina dos mais retrógrados é só o cheiro. De um lado, sindicatos com interesses particulares e bem diferentes, sendo que a maioria não tem representatividade. Do outro, um ministro de ego afectado pela elefantíase mediática, que vive da benevolência dos comentadores políticos e da exploração oportunística da fragilidade alheia. Numa situação de penúria orçamental como a presente, com uma revisão curricular que mais não pretendeu que reduzir custos e diminuir a contratação de professores, este epílogo não surpreende. É, tão-só, mais uma concertação social enganosa, com um chorrilho de razões sem nenhuma razão.

Passemos à Parque Escolar. Em tempos que já esqueceu, Passos Coelho incomodou muitos políticos, Cavaco Silva incluído, ao defender a necessidade de responsabilizar os políticos civil e criminalmente. Até Louçã falou do facto como mera fantasia. Todos se esqueceram que Passos Coelho apenas clamava pela aplicação da velha Lei 34, de 1987, sucessivamente alterada em 2001, 2008 e 2010 pelas leis 108, 30 e 41, respectivamente. Passos Coelho, prudentemente, esqueceu-se desse tempo. No programa eleitoral, que a seu pedido escrevi e ele aceitou, primeiro, para renegar, depois, estava sumariada a história da Parque Escolar e traçado o seu futuro. Para quem o tenha lido, mais o que nesta coluna assinei sobre a Parque Escolar, em 26 de Fevereiro de 2007 (sim, 2007), primeiro, e em 17 de Fevereiro de 2010, depois, as conclusões do relatório que veio a público são meras redundâncias. O que é novo é que este Governo pactuou oito meses com o esquema. O que agora diz da Parque Escolar, diz dele próprio. Porque a Parque Escolar é uma empresa com um só dono, o Estado.

Estarão os portugueses anestesiados como os professores? Há para já uma consciência colectiva sobre a gravidade do estado de emergência financeira que o país vive, que dilata generosamente o limite do tolerável. Mas os sinais crescentes de substituição da política pela “pulhítica” poderão precipitar o despertar. A reforma administrativa, o poço sem fundo do BPN, as “adaptações” da TAP e da CGD, a fé para combater a seca, o QREN, as intocáveis parcerias público-privadas e a “vendetta” do presidente são apenas sinais de que, de súbito, pode aumentar a curiosidade pública sobre o que se passa na Islândia. »

MEC em discução!




http://youtu.be/dGf6dehSghs