sexta-feira, 23 de março de 2012

Alunos NEE fazem os mesmos exames

Parte dos alunos com necessidades educativas vão passar a fazer os mesmos exames que os outros estudantes

"Pelo menos uma parte dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE) vão passar, já a partir deste ano, a fazer os mesmos exames que os estudantes que não têm esse diagnóstico. O alerta foi feito hoje de manhã durante uma conferência sobre educação especial promovida pela comissão parlamentar de Educação." In Público


Sinceramente não me espanta...quantos de nós não passamos pela situação de um aluno ser referenciado e depois de analisado por todos se caracteriza como NEE e no fim os pais não aceitam pois não admitem que rotulem os filhos de "deficientes" por mais que a gente lhes explique as várias alíneas da categoria NEE...por outro lado há daqueles que o único mal que sofrem de dificuldades de aprendizagem é a preguiça aguda e a esperteza insana e cega dos pais que a toda a força querem ver os filhos na categoria NEE e porquê?
Os encarregados de educação querem a toda a força que os seus educandos sejam considerados NEE, contra a vontade até da equipa do ensino especial e da psicóloga da escola, apenas para usufruirem no futuro da contingência especial para ingresso no ensino superior.
Como se diz a tropa manda desenrascar e quem não tem cão caça com rato...cortam nas bolsas e aumentam as propinas...

Fica aqui o resto da reportagem do Publico:


Em resposta a questões do PÚBLICO, o Ministério da Educação e Ciência esclareceu que os exames diferenciados, a nível de escola, continuarão a ser possíveis para alunos cegos, surdos ou com limitações motoras severas. Mas os alunos do 6.º com limitações cognitivas farão, já este ano, as mesmas prova finais de Língua Portuguesa e Matemática do que os seus colegas. Estas provas realizam-se este ano pela primeira vez e têm um peso de 25% na classificação final da disciplina.

"Como é que estes alunos farão? Vão confrontar-se com o insucesso", alertou uma docente do ensino especial, do Seixal. No seu esclarecimento, o MEC frisa que se pretende que os alunos com limitações cognitivas “sejam preparados, com a aplicação das diferentes medidas educativas estipuladas” no diploma de 2008 que inventaria os apoios especializados a prestar aos alunos com NEE, de modo a poderem realizar as provas finais do 2.º ciclo. Já os alunos na mesma situação que estão agora no 9.º ano poderão “ainda realizar provas a nível de escola no presente ano lectivo”.

Segundo o MEC, os exames finais a nível de escola poderão ser também realizados por alunos cegos, com baixa visão, surdos severos ou com limitações motoras severas. Para este efeito, as escolas terão de pedir autorização ao Júri Nacional de Exames, dependendo a realização destes exames de autorização prévia deste organismo.

As escolas terão também de pedir autorização prévia para garantir que os alunos com NEE tenham condições especiais de realização dos exames, confirmou o MEC. Ou seja, os alunos com necessidades educativas especiais podem usufruir de mais tempo para realizar o exame; se forem cegos podem ouvir a prova num cd ou esta pode ser-lhes lida; se for diabético pode parar a meio do exame para comer; se for surdo pode ter presença de um intérprete de Língua gestual Portuguesa, etc; mas só se a escola justificar ao JNE.

No parlamento, professores e pais deram conta que a confusão se instalou nas escolas sobre os procedimentos a seguir. Uma mãe de uma aluna do 6.º ano com necessidades educativas especiais contou ao PÚBLICO que na semana passada foi chamada à escola da filha para lhe comunicarem que ela terá de fazer a mesma prova final que o ministério elaborará para todos os estudantes daquele ano de escolaridade. A filha está integrada numa turma do ensino regular, mas segue outro programa e tem também testes de avaliação diferentes, Disseram-lhe que tinham sido essas as ordens que receberam do Júri Nacional de Exames (JNE).

Actualmente, há alunos do ensino especial com currículos específicos e que não fazem exames. Esta situação destinada a “alunos com limitações cognitivas severas” mantém-se, indicou o MEC. Ou seja, estes alunos não realizarão as provas ou exames finais. Outros estudantes com necessidades educativas especiais cumprem o currículo nacional, embora com adequações, e realizam exames. No entanto, estes são elaborados pela própria escola, tendo em conta as características do aluno.
Essas adequações deixarão de ser possíveis, a partir do momento em que estes alunos façam o exame nacional, ao lado dos que não têm necessidades educativas especiais.

“É chocante a até desumano”, comenta Manuela pereira, docente do ensino especial, que alerta para o choque emocional que esta alteração poderá provocar nos alunos em causa: “Para muitos já é um sofrimento irem à escola, por não terem as mesmas capacidades do que os colegas. Durante o ano lectivo têm testes diferenciados e agora vão ter de fazer as mesmas provas do que os outros”


Greve & Grave

O dia ficou sem sombra para dúvidas marcado não só pela GREVE mas pelos GRAVES incidentes que aconteceram...foram escabrosas as imagens que marcaram o dia de ontem...

Jornalistas e pessoas em geral agredidas violentamente...por mais falta de civismo que possa ter havido por algumas pessoas exaltadas, a resposta dos agentes não foi nem de perto nem de longe a melhor... carregaram e abusaram na força do poder em todas as direcções quer fossem inocentes ou culpados.

O direito à greve foi sem dúvida marcado pela INTIMIDAÇÃO e FORÇA POLICIAL...esperemos que isto não faça as pessoas se conformarem e deixarem de lutar

Arménio Carlos estreou-se na greve geral como líder da CGTP. Disse estar satisfeito com a adesão "é muito significativa" e promete continuar o combate.

Já quanto à adesão pelos professores essa considero que foi um fracasso, sobretudo devido à data, véspera do final de período com atividades de final de período e avaliações a caminho já na próxima semana...fomos poucos mas bons pois sempre houve uns milhares para marcar a posição da classe docente.

A Greve Geral levou ao encerramento de centenas de estabelecimentos de ensino (desde jardins de infância a escolas dos ensinos básico e secundário) e mesmo em estabelecimentos que não encerraram foram milhares os alunos que ficaram sem aulas.

Num contexto em que são fortíssimas as pressões sobre os professores – ao nível do emprego, da estabilidade, dos salários e da própria carreira – ganha um significado especial a participação de milhares de docentes nesta Greve Geral.

Nunca o descontentamento foi tão grande e nunca os professores tomaram uma consciência tão forte de que as políticas em curso se destinam a destruir muitos dos direitos que construíram ao longo de décadas, atacando a Escola Pública e a Educação, num quadro de violento ataque às funções sociais do Estado e aos serviços que lhe dão expressão. E é neste contexto de grande descontentamento mas, simultaneamente, fortíssima e muito violenta pressão (sendo também de notar um clima marcado por cada vez mais medos) que ganha significado especial esta Greve Geral e a participação nela dos trabalhadores, designadamente dos professores.