sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Depoimento dos Professores em Protesto

   Fica aqui um registo dum depoimento de um dos nossos colegas que esteve em protesto desde quinta no ministério da educação, desde já, as desculpas pelo plágio, mas achamos que é uma mais valia para a divulgação da nossa causa. quando digo nossa causa é porque me dirijo a todos aqueles que sabem que foram lesados pelas mesmas circunstâncias, e é uma força de os afrontar questionando-os:
  Vão à luta ou não? Vão ficar escondidos nas costas destes colegas que dão a cara por todos nós?
  Lamento que colegas, bem de perto, de Lisboa não se tenham juntados, mas como diz o ditado MAIS "VALE POUCOS E BONS QUE MUITOS E FRACOS!".
  Seguimos de Bragança, sim bem mais longe que de Lisboa para Lisboa, amanhã lá estaremos. Poucos mais bons!

"Olá a Todos, muito obrigada pelas vossas palavras de apoio e força.
  Os colegas Miguel Reis e Belandina Vaz iniciaram o movimento, sao 2 vozes activas e muito VÁLIDAS e estao no FB, na pagina "Protesto de Professores Contratados e Desempregados", por favor adiram a pagina para continuarem a par das nossas acçoes.
  Eu fui uma das colegas que esteve ontem no Palacio das Laranjeiras e que fui recebida juntamente com outros 4 colegas, pelo Sec. de Estado da Administração e outros 3 elementos afectos a tutela.
  Abordamos os horarios anuais mascarados de temporarios, o abuso de poder perpetuado pelos directores das escolas, o facto de ja termos recebido verbas do QREN ate 2013 para as Novas Oportunidades que como deverao saber estao em stanby (e para onde foram as verbas?), e por ultimo, a questao da caducidade de contrato que nos é devida. Rebemos um vazio de respostas, sendo que a pessoa com o poder politico maximo, presente na sala, nao sabia responder a nenhuma questao, é claramente inapto para o cargo que lhe foi atribuido
.
  Sobre a caducidade de contrato, exaltou- se, e mencionou que, como estavamos ali, a titulo individual e nao em representação duma associação ou sindicato, ele nao teria que nos responder, e que já eramos uns priveligiados por sermos recebidos por ele, o que nunca acontecera em mandatos anteriores! Ao que retorqui que nao era sindicalizada por opçao, nem filiada pq sou liberal e penso pela minha cabeça, mas enquanto cidada, merecia uma resposta de alguem que tb eu elegi, e que o discurso dele roçava a um chorrilho de vaidade! O resultado foi como devem calcular um descontrole em alta voz do senhor inapto secretario de estado, no qual me apontava o dedo dizendo que nao admitia "isto e aquilo", saindo da sala- como lhe convinha.
  Lamentavelmente, apesar dos nossos consecutivos apelos na Comunicação Social, nao ultrapassamos as 30pessoas, presentes no Palacio das Laranjeiras. Porque esperam para se juntarem a nós?? A LUTA nao se faz em casa, em frente ao portatil, a LUTA faz- se nas ruas!!! Como é que nos darão credito se os professores nao se juntam a nós??? Nós estamos a lutar pelos vossos direitos, vivemos um dia intenso, com muitas tensoes e pressoes e voces onde estavam?
  Houve colegas que dormiram no Palacio das Laranjeiras para darem continuidade a acção iniciada as 11h da manha de ontem. Eu estive la desde as 11h e sai perto da meia noite, comi sandes e fruta o dia todo, mas nao arredei pé por razao alguma. Entristece- me muito a desuniao da classe, o comodismo. Quantos milhares de professores ha em Lisboa que se poderiam ter juntado a nós?
  Colegas, nao desmobilizem, nao desmoralizem, estamos na LUTA e contamos CONTIGO!
  E mais uma vez: Os colegas Miguel Reis e Belandina Vaz iniciaram o movimento, sao 2 vozes activas e muito VÁLIDAS e estao no FB, na pagina "Protesto de Professores Contratados e Desempregados", por favor adiram a pagina para continuarem a par das nossas acçoes."

Cristina Loureiro.

É para continuar...

Os nossos colegas continuam no mesmo local afirmando que “os contratos anuais de professores estão disfarçados de contratos temporários” e reafirmando que se sentem lesados na segunda bolsa de recrutamento de professores contratados por não se terem candidatado a horários temporários, mas sim anuais. (A eles junatamo-nos nós também, dizendo idem idem a tudo o que eles reportam)

Vários directores de escolas continuam a insistir que muitas vagas que apareceram como temporárias, na plataforma informática que gere as colocações, destinavam-se de facto a preencher necessidades anuais.(Mas todos sabemos que um telefonema não serve de comprovativo de nada e depois da posição da Associação Nacional de Professoresm, qualquer prova documental foi-nos interdita)

“Estávamos à espera que houvesse no mínimo um reconhecimento e uma vontade de corrigir os erros que existiram ao nível dos concursos de professores”, disse Miguel Reis, professor de Filosofia há dois anos sobre a reunião de ontem com o secretário de Estado da Educação, João Casanova de Almeida.

Miguel Reis disse ainda que o secretário de Estado mostrou “uma grande insensibilidade” relativamente à questão das indemnizações dos professores por despedimento e que se recusou a falar sobre “os critérios arbitrários das ofertas de escola em que predomina a cunha e o compadrio na contratação” e sobre “os professores que estão há vários anos em situação de precariedade e que exigem a vinculação e a entrada nos quadros”.

Sobre as afirmações do ministro da Educação, Nuno Crato, ontem no Parlamento de que apenas 0,1% dos professores tinham apresentado recurso das colocações da segunda bolsa de recrutamento, Miguel Reis afirmou que isso “é uma mentira, é um dado falacioso” e explica que os professores não têm instrumentos para provar que esses horários são anuais e não temporários e assim apresentar uma reclamação. (Acrescentamos ainda o facto de muitos de nós se queixarem que ao tentar submeter o sistema bloqueou e não deixou prosseguir com o recurso.)

“Muitos dos horários temporários são falsos temporários, mas não há maneira de nenhum professor individualmente poder fazer uma reclamação porque a única garantia que tem será um telefonema da escola que lhe diz que esse horário era anual, mas aparece na aplicação electrónica como temporário”, afirma Miguel Reis.

Amanhã o grupo de professores vai participar na manifestação organizada pela CGTP marcada para as 15 horas no Saldanha e já solicitou uma reunião com Crato para a próxima semana, pois afirmam que a reunião de ontem com o secretário de estado “foi lamentável a todos os níveis”.

Até agora o ministro tem delegado no secretário de Estado as explicações sobre as colocações de professores.

<<Fica aqui também o nosso apelo a se juntarem a nós amanhã na manifestação, como o nosso grupo tinha se mobilizado para ir ao encontro dos colegas, mas baixou braços e fizemo-nos à estrada para amanhã dar voz e peso à "nossa luta".>> Prof-Admin


Vamos Apoiá-los!

  Até agora os nossos colegas que ocuparam as instalações do Ministério da Educação, permanecem lá recusando-se a sair até que a tutela resolva a sua situação e assumam de uma vez por todas que houve erro na bolsa de colocação de professores.
"As portas do Ministério da Educação da Educação deviam ter encerrado às 20h00, conforme indica a placa com o horário de funcionamento à entrada do edifício, mas permanecem abertas com os professores dentro das instalações.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Reis, um dos 18 professores que ainda estão no átrio do Palácio das Laranjeiras, em Lisboa, garantiu que não estão dispostos a sair «até o poder político decidir que está disposto a reconhecer um erro».

«Vamos continuar aqui até a situação mudar, até termos uma resposta positiva», reiterou, afirmando que a reunião que tiveram da parte da tarde com o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, foi inconclusiva e que a tutela continua «inflexível». Não querendo admitir que horários anuais foram «disfarçados» de temporários na aplicação informática que compila as ofertas de horários, com o intuito de evitar pagar o mês de Agosto aos professores.

Miguel Reis, que além de professor desempregado é dirigente do Bloco de Esquerda e um dos dinamizadores de um movimento de professores desempregados que tem agido via redes sociais e participado em manifestações sindicais de professores, afirmou que o encontro com João Casanova de Almeida, que saiu directamente de um debate no Parlamento para se reunir com eles, teve «situações caricatas».

«Mostraram-nos uma folha com os motivos pelos quais se pediram horários temporários e em cerca de vinte por cento dos casos era aumento do número de turmas, o que é claramente uma razão para haver horários anuais. São estas situações obscuras que reforçaram as nossas suspeitas de que muitos horários anuais estão disfarçados de temporários», referiu.

Quando questionado sobre a compensação por caducidade de contrato a que o Provedor de Justiça já considerou que os professores que ficaram desempregados têm direito, o secretário de Estado «recusou responder, dizendo que se trata de uma questão política e que só falava de aspectos técnicos».

Os 18 professores que estão no Palácio das Laranjeiras vão dirigir convites aos deputados da oposição e aos dirigentes sindicais Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores, e Carvalho da Silva, da CGTP-Intersindical, para se dirigirem também às instalações do Ministério.

A deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago juntou-se ao protesto. «É intolerável que o ministro da Educação não tenha uma estimativa de quantos professores estão nesta situação e que não assuma as suas responsabilidades», criticou.

A Agência Lusa contactou o Ministério da Educação para saber qual a decisão da tutela, em relação à ocupação das instalações, que respondeu, através do Gabinete de Imprensa, «não dizer nada e não comentar».