quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Professores Procura-se!


Angola procura professores em Portugal e não os encontra

O Diário de Notícias de hoje traz um deliciosa história, escrita por Pedro Sousa Tavares, sobre as dificuldades de um colégio de Luanda no recrutamento de um diretor, um diretor pedagógico e quatro professores.

O colégio oferece 3000 dólares líquidos para o diretor, com direito a casa e carro com motorista. A seleção dos candidatos está a ser feita pela empresa de consultadoria Elevus. Candidatos não faltam. Contudo, por uma razão ou por outra, quase todos desistem durante o processo de seleção. Os que não desistem falta-lhes perfil para o cargo. Há seis meses que a empresa está com o processo em mãos e não há meio de o conseguir concluir.
Os sindicatos dizem que há 30 mil docentes desempregados. Não é verdade. Nos últimos três meses, foram colocados, através das diversas bolsas de recrutamento, mais de 12 mil docentes. E há muitos que nem sequer aqueceram o lugar. Uma semana depois de conhecerem as turmas declinaram o contrato. Há agrupamentos de escolas, situados em zonas do país muito problemáticas, onde é extremamente difícil contratar professores. Poucos suportam os níveis de violência verbal e física de algumas escolas dos arredores de Lisboa.
Obviamente, interessa aos sindicatos levantarem o espantalho do desemprego docente. Não nego que haja milhares de licenciados e mestres em ensino sem colocação. Uns porque concorrem apenas para escolas ao pé de casa; outros porque tiveram o azar de frequentar as universidades de Coimbra e do Porto, onde é difícil concluir o curso com mais de 14 valores; outros porque mal conhecem as turmas se põem em fuga. E outros, enfim, porque se especializaram em matérias para as quais não há necessidades transitórias nem permanentes.

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