Angola procura professores em Portugal e não os encontra
O Diário de Notícias de hoje traz um deliciosa história, escrita
por Pedro Sousa Tavares, sobre as dificuldades de um colégio de Luanda no
recrutamento de um diretor, um diretor pedagógico e quatro professores.
O colégio oferece 3000 dólares líquidos para o diretor, com
direito a casa e carro com motorista. A seleção dos candidatos está a ser feita
pela empresa de consultadoria Elevus. Candidatos não faltam. Contudo, por uma
razão ou por outra, quase todos desistem durante o processo de seleção. Os que
não desistem falta-lhes perfil para o cargo. Há seis meses que a empresa está
com o processo em mãos e não há meio de o conseguir concluir.
Os sindicatos
dizem que há 30 mil docentes desempregados. Não é verdade. Nos últimos três
meses, foram colocados, através das diversas bolsas de recrutamento, mais de 12
mil docentes. E há muitos que nem sequer aqueceram o lugar. Uma semana depois
de conhecerem as turmas declinaram o contrato. Há agrupamentos de escolas,
situados em zonas do país muito problemáticas, onde é extremamente difícil
contratar professores. Poucos suportam os níveis de violência verbal e física
de algumas escolas dos arredores de Lisboa.
Obviamente, interessa aos sindicatos levantarem o espantalho do
desemprego docente. Não nego que haja milhares de licenciados e mestres em
ensino sem colocação. Uns porque concorrem apenas para escolas ao pé de casa;
outros porque tiveram o azar de frequentar as universidades de Coimbra e do
Porto, onde é difícil concluir o curso com mais de 14 valores; outros porque
mal conhecem as turmas se põem
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