sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Políticas Economicistas / Qualidade de Ensino

  Nas manchetes de notícias dos últimos dias as palavras mais empregadas são “asfixia financeira”.
  Até aqui, deduzo que não sejam palavras desconhecidas para ninguém, uma vez que, até já lhe perco a conta dos anos…atenção, ANOS!...que ouvimos as famigeradas palavras “asfixia financeira”.
  São a mais nova aquisição no top dos top’s das palavras mais empregues, são o in do que se fala, são as novas coqueluches de fazer roer de inveja os mais destacados da socialight portuguesa.
  Mas deixemos de parte as ironias. Em tudo se fala da nova gripe financeira do país cujos sintomas, que advém de à muito, são a asfixia. Lamento é que tais sintomas não tenham sido detectados precocemente, pois esta, alastrou-se à Educação. Como professor temo pela minha saúde, além de já sofrer de desemprego, de precariedade crónica, agora se tiver a sorte de ver comparticipados os meus tratamentos de saúde pelo estado (ter colocação nas BR), corro o risco de ser contagiado por esta nova doença – a asfixia financeira. Se pensar bem já estou contagiado pela dita, pois, analisado bem, também a minha conta bancária e todos os meus bens monetários apresentam os mesmos sintomas.
  Mas quando é que esta bola de neve crescente de gripes vai parar?
  Todos os anos se sucedem sempre com a mesma questão: – Estamos a asfixiar financeiramente, por isso, onde vamos “cortar”?
  Lamentavelmente, também as soluções/respostas encontradas, são sempre as mesmas: pagar menos dinheiro; cortar nos salários altos (atenção nos nossos, porque os deles…); nada de indemnizar; nada de subsídios/abonos ou ajudas como lhe queiram chamar; contratar menos pessoal; por o pessoal activo com mais trabalho/alunos (basicamente é um professor para fazer o trabalho de dois ou três preferencialmente); e cortar sempre a cortar nas despesas e nos financiamentos aos estabelecimentos/locais de trabalho.
  A seguir a todas estas especulações habituais, vem o reverso da medalha que é: qualidade de ensino.
  Não me querendo estender porque isto dava “pano para mangas”, parece cada vez mais elucidativo que o slogan que o ministério da educação deveria publicitar seria:

“Ensino de Alta Qualidade a custo ZERO!”

  Em suma, colegas não se esqueçam de ler as palavras pequeninas, que muitas vezes ninguém lê e acaba por comprar “gato por lebre”!
(Nota: Publicidade enganosa, mas não diga a ninguém.)

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