sexta-feira, 2 de março de 2012

Afinal como se escreve?!

«A Associação de Professores de Português (APP) "lamenta" as declarações do secretário de Estado da Cultura sobre possíveis alterações ao Acordo Ortográfico (AO), e considera que se anda "a brincar" com o Ensino.
A responsável recordou que "saiu uma portaria do Ministério da Educação, segundo a qual os professores são obrigados a aplicar o novo Acordo Ortográfico a partir do ano lectivo 2011/12, a decorrer".
"E agora com que cara vão dizer aos alunos que cada um escreve como entende", questionou a docente. "Andam a brincar com o ensino, com os professores, com os alunos, com os pais, com toda uma comunidade", disse.
Para a presidente da APP as declarações de Francisco José Viegas "destoam da contenção orçamental que nos é exigida", referindo os gastos já feitos com "os manuais escritos já impressos segundo as novas regras" e os que implica a reformulação das regras.
Edviges Ferreira disse ainda que "as declarações do secretário de Estado são muito contraproducentes do ponto de vista pedagógico"
O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, afirmou na terça-feira a uma estação televisiva seria "possível efectuar ajustamentos em alguns casos, relacionados com as palavras de dupla grafia e as sequências consonânticas".
"Temos essa possibilidade e eu acho que vamos usá-la. Temos de aperfeiçoar aquilo que há para aperfeiçoar", disse o governante no programa televisivo, admitindo que não gostava de algumas regras.»
Na verdade, enquanto professor confesso que há regras que nem eu consigo dar o exemplo aos meus alunos de tão disparatadas que são...não consigo concordar com a pessoa que inventou determinadas regras para este acordo ortográfico aliás, sendo simpático, algumas são uma ideia muito infeliz, foi um daqueles momentos que podia ter explorado num sitio que eu cá sei...Não entendo a indignação da presidente da APP. O ensino tem de ser compreendido e apreendido sejamos sinceros que há regras cuja lógica da coisa só nos apraz dizer aos alunos "olha faz assim porque é assim e pronto".
A Língua Portuguesa desde sempre que foi uma língua a nível gramatical complexo e diria mesmo completo... as suas bases estão no latim e muitas regras gramaticais têm a sua lógica e compreensão justamente pela história e significado na sua construção.
Quando este acordo apareceu, achei um perfeito disparate, pois a meu ver só existe para simplificar quem não quer compreender a gramática da nossa língua e então simplifica-se a coisa como se escreve normalmente quando se dá erros...sim eu sinto que quando escrevo com este acordo estou a escrever com erros.
Desta vez tenho que concordar que se há a possibilidade de rever o novo acordo e aperfeiçoá-lo eliminando algumas regras que não fazem sentido nenhum, acho bem…quanto ao dinheiro dispendido na manufaturação dos novos manuais, não me parece que as editoras se importem com isso eles querem é motivos para vender…quanto à senhora da APP ter ficado aborrecida…neste país de um dia para outro não há nada que não mude constantemente, veja-se a Avaliação de Professores e o mais recente a proposta para o novo regime de concurso…é só mais uma mudançazinha.. não será uma finalidade dos Professores de Português ensinar correctamente? Hoje ainda é o dia que utilizo a gramática dos meus pais para ensinar …as gramáticas antigas é que são boas não foram regidas pela lei do facilitismo e das meias explicações simplex…está lá os porquês a história da evolução da nossa língua…não fazia mal nenhum aos professores e à população geral estudar pelos manuais do antigamente…antigamente os livros escolares ensinavam os de hoje já trazem a pergunta e a resposta escrita com espaço para a última palavra da frase de resposta ser escrita pelos alunos. Enfim é o ensino que temos para o futuro…!

«O impossível acordo

Na discussão do Acordo Ortográfico, além dos termos de uma estéril querela que se fica por questões de princípio, é possível perceber que por mais críticas que tenha suscitado, por mais que tenha sido desautorizado cientificamente, ele resistiu pela sua condição de projeto político

Uma crónica de António Guerreiro aprazível de ler...(aqui)

1 comentário:

  1. «O impossível acordo
    Na discussão do Acordo Ortográfico, além dos termos de uma estéril querela que se fica por questões de princípio, é possível perceber que por mais críticas que tenha suscitado, por mais que tenha sido desautorizado cientificamente, ele resistiu pela sua condição de projeto político.» Mas o Sr Secretário de Estado não estava atento na altura, disse que só se discutiu o AO agora.

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