"Os Verdes criticaram hoje o aumento do número de alunos por turma pretendido pelo Governo, exigindo que o ministro da Educação mostre os estudos que sustentam a tese de que ter mais alunos beneficia a aprendizagem."
Um estudo real:
· 3 alunos alíneas a), b) e d) do
Dec.-Lei n.º3/2008, do 4º ano;
· 5 alunos alínea e) do dec.-Lei
n.º3/2008, nível de aprendizagem 1º ano, no qual trabalhava o método das 28
palavras;
· 3 alunos cuja língua materna
não era o português (chineses), sendo que dois alunos era o segundo ano a
aprender o português e 1 estava a acabar de chegar a Portugal, não sabia nada
de nada;
· dos restantes 10 alunos, 5
realmente eram bons e estavam ao nível do 4º ano, os outros...melhor nem especificar
como é que adquiriram no ano transacto as competências mínimas para
progredirem...e 2 alunos tinham ficado retidos;
· aliado a estas características,
era uma turma destruturada, isto é, os alunos tinham sido retirados das suas
turmas de origem (os professores não quiseram continuar com eles); ao nível do
comportamento classificados da pior turma (pudera eram os restos todos os
juntos);
Foi
um ano longo a dirigir uma turma do 4º ano com provas de aferição, matéria
para dar de vários níveis na mesma sala com adaptabilidade às suas
dificuldades, chegando por vezes diariamente ter cinco tipos diferenciados de
fichas e tarefas para leccionar...mas...
Conclusão:
· 3 alunos (chineses) foram os
melhores da turma, mesmo a Língua Portuguesa que tiveram A e B nas provas de
aferição, e o aluno pela primeira vez a aprender o português só no 1º período
aprendeu a matéria toda de 1º ano através do método das 28 palavras;
· 5 alunos alínea e) ...entre
medicação, ataques (epilepsia), comportamentos desviantes e anormais (deficiência
cognitiva), lá cumpriram com o seu PEI satisfatoriamente;
· 3 alunos alíneas a), b) e d),
consegui que um deles tivesse C nas provas de aferição os outros D;
· Dos restantes alunos
"normais" do 4º ano andou na média entre C e D;
Isto
foram os resultados estatísticos que tanta importância têm para o ministério da
educação, mas falta, a meu ver o mais importante:
· Unifiquei a turma;
· Diariamente me vi envolvido
entre conflitos de comportamentos desajustáveis e desviantes entre pares na
turma e tive que ter mão firme;
· Canseira diária em adaptar e
elaborar material pedagógico para as diferentes necessidades e dificuldades dos
meus alunos;
· Consegui incutir o respeito por
mim enquanto professor e o respeito entre pares através do lema "Para ser
respeitado tenho que saber respeitar o outro"
· Muitas vezes acordei cansado,
sem vontade de sair da cama, mas nada que um café, acabado de chegar à escola,
não me fizesse encarar os dias "Eles são duros e teimosos mas não mais do
que eu";
Eram 21 alunos...se fossem 30...30 seriam e com mais perfis complicados de certeza...eu não acredito que com casos destes na mesma turma o próprio Nuno Crato conseguisse matematicamente desenvolver uma formula eficaz...mas até o desafio a pelo menos tentar...
No fim
ficou a saudade, a consciência do dever cumprido, a satisfação (não a nível estatístico
nem curricular) de ouvir deles o Obrigado, sem nunca de inicio ter agarrado
neles com essa intenção...para eles fui o Super Professor...mas na verdade vim
com a medalha de cortiça para casa...
Para o
Ministro da Educação sou só mais um Professor Contratado, alvo a abater através
das reduções...e ao fim de dez anos...desempregado, devido a manobras
economicistas...
Fica apenas, a vontade de regressar aos meus alunos, à
minhas escola, fazer aquilo que nunca ninguém me ensinou na minha
licenciatura...Ser O Super Professor...» (anónimo)
"Depois deste caso só resta dizer venham mais alunos...isto sim ensino de qualidade...quantos mais melhor...mas só se for na luta contra o Ministro da Educação...aí sim sr.º Nuno Crato, quantos mais melhor..."Prof-Admin
Continuamos muito mal, apesar da mudança de governo e de ministro da educação. Continuamos com" experiências", nada de avaliar o que foi ou está a ser feito. Os professores do 1º ciclo devem ser super heróis.
ResponderEliminarPara quando a valorização do trabalho desenvolvidos nas escolas? para quando o devido valor aos professores portugueses?